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[SoulStone] Capitulo 2 _ O Desaparecimento da Garota

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Mensagem por Laily Aflen Qui 16 Out 2014, 20:31

O dia vai nascendo na pequena vila. Uma leve brisa de mar entra pela janela, acompanhada de finos raios de sol que passam pela fresta de madeira que iluminam parcialmente as coxas desnudas, enroscadas nos lençois, renovando o ar do ambiente, tornando mais agradável e leve, revigorante. Mas isso dura pouco. Um pequeno tumulto começa penetrar os ouvidos da loira, incomodando seu sono. Dentre tantas palavras perdidas algo como "ela sumiu" é a única coisa que consegue distinguir sendo ouvida mais de uma vez. O barulho incomodava, mas ainda sim tentava pegar no sono, até ouvir partes da conversa e algo relacionado á si em um tom de acusação.
 
  "Só pode ter sido ela." Diz uma voz alterada pela bebida. Alguém ainda não havia se recuperado da bebedeira. Um baque contra algo e passos pesados pela taverna são interrompidos por um baque ainda mais forte. "Calma aí. Ela é minha hospede e esteve no quarto o tempo todo. Trate de colocar a cabeça no lugar antes de preparar um linchamento." Era a voz do taverneiro. Pelo visto ele não gostava muito que mexessem com seus clientes.
 
  Éwoen levanta aos pulos, vestindo a calça e colocando seus acessórios, assim como prendia a espada no cinto. Não mexia nos cabelos bagunçados, sequer lembrava-se deles, queria apenas saber o que estavam falando e onde é que ela se encaixava nisso tudo.
 
   Ela abre a porta num movimento brusco e avança até o parapeito de onde vê o taverneiro impedindo o avanço do homem. No que o homem tenta avançar novamente, empurra o taverneiro, que se desequilibra e caí na escada com seu corpo robusto e pesado, e fica estirado. O homem avança subindo a escada, acompanhado dos rangidos da madeira. As pessoas abaixo ficam apenas observando de longe.
 
- Pare seu tolo! - Surge um homem com uma longa túnica marrom. - Acaso ela não tem direito da própria defesa? Acaso você viu algo? As coisas começaram antes dela chegar. - Diz ele, passando em meio as pessoas. A taverna começa ficar cheia com tanta gente.
 
- Cale a boca, velho. - Diz o homem, antes de começar avançar em sua direção. Éowen segura firme o cabo da espada e a puxa mantendo-a em defesa na frente do corpo, encarando o agressor que subia as escadas.
 
- O que você quer? - Pergunta baixo apenas para o homem á frente ouvir, mantendo o rosto sério e calmo, escondendo o nervosismo.
 
- Bruxa. Devolva nossos amigos. - O homem diz antes de puxar uma faca de dentro da roupa, causando alguns murmúrios no pé da escada.
 
- Não sou bruxa! – Ela se defende e aproveita para pega-lo de surpresa dando um golpe com a espada na bainha para não feri-lo, mas o golpe na transversal passa de raspão no corpo do bêbado que desvia por sorte.
 
- Eles vão acabar se matando. - As pessoas abaixo começam ficar agitadas com a briga que começa repentina, porem nenhuma tinha coragem de intervir e separá-los.
 
  O homem se lança para frente, cambaleante, mas Éwoen se inclina um pouco para o lado, e o golpe de faca atinge o parapeito. Aproveitando a investida do bêbado, ela se põe contra ele, em suas costas, tentando prende-lo contra o parapeito para imobilizá-lo. A faca corta o ar nas costas por muito pouco quase a acertando em pontos críticos, mas por sorte apenas arranha a armadura de couro que usava, sem perfurar.
 
  No desespero, o homem não consegue se livrar dela, que o aperta firme. Os ossos do homem estralam e ele parece perder o fôlego, caindo inconsciente imediatamente.
 
"Ele morreu?" As pessoas á baixo começam ficar temerosas pelo resultado desse confronto, mas o fato de que a jovem não usou da espada contra ele, já faz com que as coisas não tenham um rumo ainda mais desagradável.
 
  O corpo bate ao chão com o afastamento brusco de Éwoen. Sua respiração ainda era ofegante e seus olhos levemente acinzentados, não paravam de fitar o corpo caído. "Eu o matei?" ... As palavras repetiam em sua mente e sentia que podia perder as forças pelo susto, quando pode ver que o corpo mexia levemente ao respirar. Encostou-se na parede pousando a mão na têmpora para relaxar.
 
- Ele não esta morto.... – Ela diz alto para todos ali ouvirem, então pode escutar os murmúrios aliviados. Por mais que o homem não fosse muito amável, as pessoas pareciam não querer ver seu sangue espalhado pelo local.
 
 - Foi muito corajosa, moça. Muito corajosa. - O taverneiro já atrás da jovem, toca-lhe o ombro.  Ela assusta, recuando bruscamente, quando então o encara percebendo ser o taverneiro.
 
- Desculpe-me pela bagunça... - Suspira, tentando relaxar novamente. - Diga-me, porque ele estava tão agressivo comigo?
 
- Uma moça sumiu hoje pela manhã. Daí a cidade ficou toda assim... - Diz ele, pesaroso. - Venha... Desça e se assente que lhe trarei algo para comer, enquanto as pessoas contam para você. Lá em baixo ele coloca pães, queijo e leite sobre a mesa.
 
- Sirva-se, jovem. - Diz ele, indicando a comida. - E vocês, contem com calma, um de cada vez.
 
   As pessoas começam a revezar contando por partes, o que a faz levar um bom tempo até conseguir reunir informações. Até agora, as únicas coisas que se repetiam era que a garota saiu pela manhã para colher às flores que cultiva, um pouco fora da cidade, não voltou mais, e que quando seu pai foi buscá-la, não á encontrou. Ele voltou a pouco para a cidade, para ver se haviam noticias e voltou a sair.
 
  Alimentada e bem informada, ainda que não fossem grandes as coisas que sabiam, a loira levanta da mesa decidida a encontrar a garota desaparecida. O espírito de aventura percorria suas veias.
 
- Irei participar da busca por fora do vilarejo... Mas não conheço essa região e preciso que alguém me acompanhe.. - Sorria, prendendo os cabelos no alto. - E o restante poderia procurar em outros lugares, casas de amigas, namorados, lugares que ela goste de ir....
 
  As pessoas, receosas, não se pronunciam á seu favor. Todas desviam seus olhares praticamente.
 
-Moça, eles... aliás... todos nós... Todos estão com medo do que pode estar acontecendo... - Diz ele, tentando explicar.
 
- Licença, licença... Eu vou. - Um rapaz alto de cabelos castanhos avermelhados, com aparentemente 23 ou 24 anos, com uma capa um tanto surrada e um sorriso radiante, vai até Éwoen, trombando em todos que insistem em não sair do caminho. Murmúrios começam ecoar, dizendo coisas a respeito do rapaz, como se o único interesse dele fosse o corpo dela, ou o que ele poderia ganhar, outros diziam que o meliante finalmente saiu da toca. Ele parecia ouvir tudo com orgulho.
 
- Velhos medrosos... haha... Finalmente terei a oportunidade de conquistar minha glória devida. - Diz ele erguendo uma adaga ao alto. O rapaz aparenta ser um grande sonhador, mas que parece não ter muita noção das próprias atitudes.
 
  A loira arqueia uma sobrancelha, seguido de um suspiro pesado carregado de "Não tem outra pessoa?", ao ouvir o que o jovem dizia e os murmúrios a seu respeito. Recompõe-se e lhe estende a mão.
 
- Então será meu guia, rapaz..... – Ela da uma bela olhada no rapaz, pensativa se podia confiar em suas habilidades de guia. - Sou Éwoen...
 
  Ele segura sua mão, mas vai ao seu encontro, envolvendo-a com o outro braço. "Será um prazer. Pode me chamar de Matthew...” Ele sussurra ao seu ouvido, com uma voz ousada e sedutora, causando-lhe um imenso constrangimento e arrepios.
 
- H-Hey... - O empurra assim que sai do choque, desvencilhando de seus braços e dando alguns passos para traz. O rosto pulsava em vermelho ao notar os olhares e os cochichos. - V-Vamos... Logo.... Não podemos perder tempo...
 
  O rapaz ri de sua reação. As pessoas ficam perplexas. Pelo visto a fama dele não é de hoje. O taverneiro aparece do meio da multidão.
 
- Pare de importunar a garota, rapaz. Ela quer ajudar.
 
- Tsc... Posso lidar com ele... – Ela diz ao taverneiro, abrindo espaço entre as pessoas para sair dali. - Volto em breve com as noticias...
 
- Vamos lá, belezinha... vou te mostrar as maravilhas desse lugar... tipo... eu... - Diz ele, saindo ao seu lado às gargalhadas, e passando a mão pelo seu ombro.
 
  A caminhada até a entrada da cidade não demorou mais do que uns 5 minutos, mas para Éowen foi como uma eternidade ao lado de Matthew que hora ou outra lançava uma cantada.
 
- Bem, disseram que a garota estava colhendo flores fora da cidade... Sabe onde essa jovem cultivava tais flores? – Ela diz assim que atravessam os portões.
 
- Ah sim... Ousada você... Querendo ir para um lugar sozinho assim logo de cara?- Diz ele, seguindo pela estrada. Éwoen apenas o ignorava, virando o rosto de lado.
 
  O sol que mal acabará de subir, orneia o céu num azul limpo e belo. A brisa do ar renova seu espírito, que até a pouco se via preso em uma velha taverna. Com o vento, ela não se segura e solta os cabelos, adorava sentir a sensação do vento em si.
 
- Então.. Conhece a garota? - Ela diz, mas Matthew estava ocupado demais a observando agora com os cabelos soltos e ao ar. Boquiaberto e perdendo o passo, ele deixa escapar um baixo “uau”, então se recompõe voltando a olhar a estrada.
 
- Garota? Ah sim... Ela... Lilly.-  Ele dá leves tapas no rosto e volta a andar normalmente. - Moça boazinha, tímida...
 
  A conversa sobre a moça desaparecida não rende muitas informações e logo os dois saem da estrada por uma pequena viela e chegam á uma pequena plantação, com uma cerca de madeira ornada por diversas trepadeiras. Ali dentro, belíssimas flores de diversos tipos. Ao fundo, uma pequena cabana, onde provavelmente estariam os utensílios.
 
  Ainda conversando sobre a garota desaparecida, os dois se aproximam da cabana, então o silencio reina. Rastros de pegadas e passos arrastados seguiam até a entrada da cabana, onde então puderam ouvir um som estranho mas sem conseguirem distinguir o que era. Éowen se adianta pegando a espada e tirando-a da bainha, enquanto gira silenciosamente a maçaneta, abrindo a porta. Então o som cessa.
 
  Não é possível ver nada alem do que os filetes de luz que passavam pela porta aberta, iluminavam dentro da cabana, apenas algumas poucas ferramentas de cultivo que estavam penduradas á frente. A jovem então entra confiante em sua espada.
 
  Uma ferramenta cai repentinamente e um grito agudo corta o silêncio dali de dentro. Uma garota, desesperada começa a soluçar desesperadamente se encolhendo contra a parede da pequena cabana.
 

- É ela... - Diz o rapaz, surpreso.
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